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Pejotização em debate: o que significa a decisão do STF e por que você deve prestar atenção

  • Foto do escritor: Advocacia Letícia Zanin
    Advocacia Letícia Zanin
  • 14 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de abr.


Carteira de trabalho brasileira ao lado de um documento de desligamento sobre mesa de escritório, representando os impactos da pejotização nas relações de trabalho.

Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender todos os processos do país que discutem a pejotização — prática que, ao transformar trabalhadores em “pessoas jurídicas”, levanta dúvidas sobre fraudes, direitos e deveres nas relações de trabalho.


Mas o que essa decisão representa? E, mais importante: como ela pode afetar profissionais e empresas que atuam sob esse modelo?


1. O STF colocou freio na insegurança jurídica


Ao suspender os processos, o STF busca estabelecer uma linha de interpretação clara. Isso acontece porque, em muitos casos, a Justiça do Trabalho vinha reconhecendo vínculos empregatícios mesmo quando havia contratos formalmente firmados como PJ.


Gilmar Mendes foi direto: há descumprimento sistemático da jurisprudência do Supremo, e isso tem gerado uma avalanche de recursos e decisões contraditórias — o que compromete a segurança jurídica.


Comentário: Essa suspensão é um sinal claro de que o STF quer colocar ordem em um terreno que virou campo minado. Para quem contrata ou presta serviços como PJ, o recado é: atenção aos próximos capítulos, pois eles podem redefinir os limites da legalidade nesse tipo de relação.


2. O impacto vai muito além das grandes empresas


Embora o caso analisado envolva um corretor de seguros e uma seguradora, o resultado do julgamento afetará um leque enorme de profissionais: representantes comerciais, advogados, médicos, designers, corretores de imóveis, entregadores, prestadores de TI, artistas e tantos outros.


Comentário: Não se trata mais apenas de “grandes corporações burlando direitos trabalhistas”, mas de um novo modelo de mercado que se consolidou — muitas vezes com o consentimento, ou até desejo, do próprio profissional.


O STF agora enfrenta o desafio de traçar a linha entre o que é autonomia contratual legítima e o que é fraude disfarçada de liberdade.


3. A discussão central: quem deve provar o quê?


Um dos pontos em debate é quem deve provar que a relação é ou não fraudulenta: o contratante ou o contratado? Essa inversão do ônus da prova pode alterar drasticamente a dinâmica dos processos e o grau de risco jurídico para empresas.


Comentário: Caso o STF decida que é o profissional quem deve comprovar que houve fraude, isso pode dificultar o reconhecimento de vínculos empregatícios. Por outro lado, se a responsabilidade recair sobre as empresas, o modelo PJ poderá ser drasticamente limitado.


4. O futuro da pejotização: regular ou restringir?


A prática da pejotização se tornou comum em vários setores como forma de reduzir custos, flexibilizar relações e, em alguns casos, evitar encargos trabalhistas. O STF não está, a princípio, proibindo a prática — mas buscando estabelecer um parâmetro de legalidade.


Comentário final: O que está em jogo não é apenas a estrutura de milhares de contratos de trabalho, mas a própria lógica do mercado de prestação de serviços no Brasil.


Empresas devem se preparar, revisar contratos e buscar respaldo jurídico. Profissionais autônomos e prestadores de serviço devem entender seus direitos e os riscos envolvidos nas suas relações.


Se você tem dúvidas sobre o impacto dessa decisão no seu contrato ou atuação profissional, o momento de buscar orientação é agora.

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